segunda-feira, 22 de março de 2010

|::| Dos desejos fúteis e das vontades úteis

Há mais de três meses que não consigo terminar nada que começo a escrever. Obviamente não sei se terminarei de escrever isto aqui. O que sei é que sempre me vejo com aquela vontade de dizer alguma coisa, mas sem encontrar a linha que une o fim de um silêncio ao início de um novo silêncio. A linha que dá sentido a esse fluxo de palavras tão desconhecedoras de si mesmas.

Pois acho que escrevo para dar fim ao silêncio, tentando, por alguns momentos, convencer essas redes complexas de pensamentos pouco ou muito conectados de que há algo a se dizer antes de mais um silêncio. E confesso, com alguma resistência, que de vez em quando até aparece alguma vontade de me envolver nessas discussões intermináveis que rolam por aí. Sou contra, por exemplo, a matança injustificada das formigas. Sou contra, também, a pipoca de microondas com sabor de chocolate. Sou contra a prática fortemente subversiva de limpar as mãos e a boca nos mesmos panos usados para secar a louça. E sou a favor, bastante, das mulheres que depilam suas axilas (talvez correndo o risco de ser condenado por alguma feminista meio radical). Ah, e claro, sou a favor dos cães. Mas, sinto que ando meio calado, talvez por acreditar pouco nas discussões, talvez por estar bem convencido de minhas opiniões ou talvez por falta de vontade mesmo. Afinal, trabalhar, dormir, comer e jogar videogames cansa.

O desejo de filosofar tem empacado naquelas vontades de simplesmente ir vivendo. Talvez, todas as coisas que acontecem no verão me deixam meio descrente. Embora eu continue acreditando na existência dos duendes e dos políticos honestos.

E evitando o risco de uma indigestão literária, vou parando por aqui. Faço uma promessa aos poucos que ainda me visitam: eu voltarei!

Um comentário:

Unknown disse...

Também ando descrente nas discussões de verão.
PMB? PMB + Non Retail? Soma os percentuais? Filtra licitação?

Mas, afinal, o análises PMB está ok? Já colocou a quebra por canal?