sábado, 19 de setembro de 2009

|::| Escritor

As variações de humor são constantes. Talvez como acontece com qualquer um. A diferença está no fato de que ele está atento, e percebe. Presta atenção àquele sobe e desce emocional tão frequente e eficientemente oculto à maioria dos normais. Eles não estão atentos, e não percebem.

Alcançar o equilíbrio deveria ser parte de suas buscas existenciais? Ele não sabe se é assim que deve ser. Ele sequer sabe se existe algum dever. Ah, mas ele gostaria de saber, sim, às vezes, já que de uma hora pra outra ele percebe que se diverte na escuridão, tateando à procura de perguntas, de respostas, de sentidos e motivos. As coisas são boas. As boas coisas são gostosas. E ele também se delicia com elas. Nem sempre, mas de vez em quando, sim, ele se delicia com todas aquelas expectativas de descobertas.

É, quem pode responder? Por que ter boas perguntas? A quem perguntar? Ele sempre se confunde, de vez em quando, quando para pra pensar. Ou melhor, quando pra pensar ele para. Ele não sabe explicar, obviamente, mas sente uma agradável sensação toda vez que consegue aguentar o peso de uma nova pergunta sem resposta.

Ninguém sabe, mas ele preferiria ser menos irritante. Imagina que seria mais fácil não perceber, e apenas ter o dever de permanecer ligado àquelas dívidas herdadas que tornam a todos, ou melhor, a quase todos, escravos de si mesmos. Se bem que ele se questiona se é realmente possível não ser escravo de si mesmo. E sim, ele quer acreditar que é possível, pois a partir de sua lógica, que é fraca, mas nem por isso menos lógica, percebe que o carrasco e o escravo são a mesma pessoa. E não são? O herói e o vilão, seus anjos, seus demônios, seus bons e maus deuses, são sempre versões de um mesmo ser mediano que caminha impaciente no meio das confusões.

Perder-se no meio do caos é realmente perder-se? Veja só até onde ele vai nessa busca motivada pelo simples fato de que ele está atento. Ele percebe. Ele apenas não entende que... não sei o que ele não entende.